O avanço acelerado da digitalização nos negócios tem exigido das empresas uma postura cada vez mais atenta em relação à proteção de dados e à segurança da informação. Em 2025, essa realidade tornou-se ainda mais evidente, não apenas pela complexidade das ameaças cibernéticas, mas também pela intensificação da fiscalização regulatória.
A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), vigente desde 2020, passou a ser observada com mais rigor pela Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), exigindo das empresas não só o cumprimento formal de normas, mas também um comprometimento real com a privacidade e a integridade dos dados pessoais que gerenciam.
Diante desse cenário, cresce a necessidade de estratégias jurídicas mais bem estruturadas, que aliem governança corporativa, compliance digital e uma abordagem preventiva no trato da informação. A simples adoção de termos de consentimento ou políticas de privacidade genéricas já não é suficiente. É necessário que as empresas compreendam os riscos envolvidos na coleta e uso de dados, bem como saibam reagir com agilidade a incidentes que possam comprometer a confiança de seus clientes ou parceiros.
Em paralelo, observa-se o crescimento do uso de tecnologias baseadas em inteligência artificial, big data e automações, o que amplia a exposição a vulnerabilidades e impõe novos desafios regulatórios. A implementação de estruturas como o ISO 27001 e frameworks de segurança como o NIST são hoje diferenciais estratégicos, mas é o engajamento humano e institucional com a ética digital que garante efetividade às políticas adotadas.
A atuação do advogado empresarial se revela cada vez mais relevante nesse contexto. Além de apoiar na adequação formal dos processos internos, o profissional do direito precisa ter sensibilidade para identificar lacunas jurídicas, prever tendências normativas e orientar a empresa de forma transversal, junto a setores como TI, marketing e recursos humanos. O jurídico, nesse sentido, deixa de ser apenas um setor de defesa e passa a integrar o núcleo estratégico das organizações.
Portanto, mais do que atender a exigências legais, investir em compliance digital é assumir um compromisso com a governança, a sustentabilidade e a reputação da empresa. Em 2025, essa não é apenas uma recomendação — é uma condição essencial para a competitividade no ambiente corporativo contemporâneo.
Por: Jéssica Donato | BGI Advogados | Maio de 2025